Em prol de causas comuns, Adirplast trabalha por um setor mais unido em 2017

Reforma tributária está na mira da entidade, que alega: todos perdem ao ter que administrar alíquotas diferentes, além de impostos impraticáveis. O incentivo a melhores práticas de gestão e a promoção da sustentabilidade também estão entre os objetivos da Associação 

A Adirplast (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins) já definiu suas metas para 2017. Entre elas, a equalização do ICMS (Imposto sobre Circulação de mercadorias e Prestação de Serviço) no país é mandatória. Para Osvaldo Cruz, diretor da Entec Polímeros e vice-presidente da entidade, diferentes valores de ICMS criam deformidades na cadeia e acabam por tornar-se um obstáculo para o desenvolvimento do país: “A irracionalidade a que chegamos no Brasil, com a cobrança do ICMS, cria situações inusitadas, como a do surgimento de ‘agentes piratas’. Eles comercializam matérias-primas e ganham dinheiro na sonegação desse imposto através de vários subterfúgios, como o de importar o produto por um determinado Estado e, depois, transferi-lo para outro ou de vendê-lo dentro deste mesmo Estado, manipulando o recolhimento na medida em que transferem as mercadorias de 4% e a comercializam com 18%. Isso cria uma tremenda deformação competitiva”.

Cruz ressalta ainda que, esses e outros tipos de sonegações praticadas, ainda implicam em outro agravante, a burocracia gigantesca para se controlar toda essa contabilidade: “Isso gera um custo altíssimo para as empresas que cumprem a legislação”.

Cenário como esse, enfatiza Laercio Gonçalves, presidente da entidade e da Activas Plásticos Industriais, tem apenas promovido o acumulado de perdas em toda a cadeia de plástico, além do aumento da ilegalidade. Não por menos, a entidade coloca a equalização tributária entre seus objetivos para o próximo ano: “Estamos perdendo visivelmente competitividade ao ter que administrar um departamento inteiro apenas para lidar com contabilidade, sem falar nas perdas com logística. E isso está se tornando inviável. Precisamos nos unir e pressionar politicamente o Governo para que a reforma tributária realmente aconteça. A Adirplast fará o que estiver ao seu alcance para conscientizar e mobilizar todo o setor”, afirma Gonçalves.

Melhores práticas – Além da conscientização de que é preciso se unir, os dirigentes da entidade sabem que terão que combater a ilegalidade dentro do setor, além de promover melhores práticas de gestão. “Neste próximo ano, devemos promover ações que ajudarão mais de 5.000 empresas do setor de transformação de plástico, ou seja, praticamente metade do segmento. Em nossos cursos e encontros, vamos falar sobre temas como fluxo de caixa e inadimplência, entre outros assuntos”, reforça Cruz.

Sustentabilidade – Além de resolver problemas que afetam diretamente a cadeia de fornecimento, a entidade acredita que precisa ajudar no combate à imagem negativa que se criou do plástico. “O plástico bem descartado e reciclado, quando possível, não polui. E é isso que queremos mostrar para a indústria que compõem a nossa cadeia e à sociedade”, diz Gonçalves. “Na prática, isso significa que, vamos, junto a entidades socioambientais, nos organizar para promover ações que permitam aos nossos associados e clientes oferecer soluções cada vez mais eficazes em relação ao meio-ambiente, inicialmente focando na recuperação de embalagens flexíveis pós-consumo”, explica o presidente da Adirplast.

Ricardo Mason, diretor da entidade e da Fortymil Resinas Termoplásticas, ressalta ainda a importância de a associação estar sempre conectada a outras entidades e aos principais produtores de matérias-primas plásticas, catalisando discussões e levantando questões fundamentais para o setor: “Ao fortalecer toda a cadeia de fornecimento de plásticos, estamos estimulando o negócio como um todo e criando uma maneira sustentável de geri-lo”, reforça Mason.

Aproximação – Ante aos novos desafios, a Adirplast convidou o gestor estratégico João Orlando Vian, reconhecido pelo seu trabalho no INDAC (Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Acrílico), a se unir ao time. Vian, que também já havia prestado serviços para a Adirplast, responderá pelo desenvolvimento das novas ações da entidade e pela organização das atividades promovidas por ela em 2017.

Para viabilizar as ações propostas, a Adirplast busca patrocínio de empresas parceiras. “As mudanças e melhorias que todos almejamos, principalmente no elo transformador, só serão alcançadas por meio de uma forte parceria entre os fabricantes de resina plástica e os distribuidores”, finaliza Laercio Gonçalves.

A entidade
A Adirplast, que foi fundada em 2007, tem como diretrizes o fortalecimento da distribuição, o apoio aos seus associados e a consolidação com petroquímicas. Seu objetivo é estreitar os laços que une estes dois segmentos da indústria e demonstrar a importância que os distribuidores têm para o setor e para o desenvolvimento do mercado brasileiro de plásticos. A entidade trabalha ainda para promover a imagem sustentável do plástico.

Atualmente, agrega empresas distribuidoras de resinas plásticas que, só em 2010, tiveram um faturamento bruto de mais de R$ 2,4 bilhões e responderam, juntas, por cerca de 10% de todo volume de polímeros comercializados no país.

Credenciadas pelos fabricantes, essas empresas ostentam suas bandeiras petroquímicas, o que garante ao cliente final a qualidade do produto. Além disso, contam com uma carteira de 8.000 clientes, de um universo de 11.465 transformadores de resinas plásticas no Brasil. Para atendê-los emprega 150 representantes externos e mantém 120 postos de atendimento, além de equipes de assistência técnica e de pós-venda.

Players decisivos no setor de plástico brasileiro, os distribuidores associados à Adirplast são responsáveis pela emissão mensal de aproximadamente 20.000 notas fiscais e 70.000 duplicatas. Para mais informações, acessar: www.adirplast.com.br.

<<AnteriorPróxima>>