Operação: Oportunidade de crescimento e receita

Por Pedro Moutinho, Consultor da Peers Consulting*

A área operacional permeia todos os modelos de negócios, desde o Varejo, na ponta, atendendo e entregando ao cliente um produto, até empresas de serviços, passando por distribuidoras, indústrias e afins, por toda a cadeia de valor e suprimentos dos mais variados mercados.

A operação é a base da pirâmide de uma empresa, em que as diretrizes são definidas pelo estratégico e o plano desenhado pelo tático. Ela é espelho da cultura da empresa e da capacidade de comunicar esta cultura, onde a percepção de valor é realizada.

São recorrentes algumas percepções das “dores” do operacional de uma empresa:

  • Não é possível implantar procedimentos e padronizar a operação de lojas;
  • A comunicação com meu time é falha, com dificuldade em identificar na ponta conhecimento da cultura organizacional;
  • O time operacional tem um alto turnover, com isso multiplicar boas práticas é um desafio.

Essas dificuldades acabam passando para o tático e o estratégico a imagem da operação como um obstáculo para que a equipe consiga entregar o produto ou serviço oferecido ao cliente de forma eficiente e com melhor retorno.

Porém, ao olhar para todo o fluxo de informações e entender o impacto e a importância de uma operação bem executada, padronizada e bem gerida, é possível identificar uma das maiores oportunidades de minimizar retrabalhos, aperfeiçoar processos internos e aumentar a receita do negócio.

A quantidade de interfaces que a operação pode ter com todo o negócio reforça a importância do tema.

Em muitos casos, o operacional é o responsável pelo input e disponibilização de informações que serão, posteriormente, tratadas por todo o administrativo e financeiro, tendo impacto em processos como contas a pagar e receber, faturamento e cobrança. Por vezes, caracteriza o perfil do público e seu padrão de consumo, impacta áreas de gestão da qualidade, da manufatura, e até mesmo o jurídico da empresa de forma preventiva. É importante, quando falamos da operação, implantar processos eficientes e uma gestão robusta.

Como aproveitar esta oportunidade?

O primeiro passo para transformar a operação em oportunidade de ganho é a imersão. De um lado, entendendo a fundo os processos, ouvindo a percepção do time operacional, das áreas clientes, e o relacionamento com o cliente. De outro, realizando a leitura da disponibilidade e qualidade de informações que corroborem em números as percepções do tático/estratégico e indiquem em conjunto com o entendimento dos processos onde atuar, de forma a transformar o resultado do negócio.

Produtividade: Cada estrutura, negócio, volume manipulado, bases de informação e gestão, dentre tantos fatores, direcionam diferentes abordagens para identificar e calcular sistemicamente a produtividade da operação, seja referenciando a melhor performance, seja tempo por peça, entre outros. É necessário entender, participar e adequar a abordagem de produtividade para cada cliente e para cada operação.

Rotinas: Uma boa gestão de rotina, estruturada, em linha com a cultura da empresa, é essencial para que fique claro para os diferentes públicos (time operacional, gestão/tático e executivo), rotineiramente, qual a situação real atual da operação e quais as responsabilidades e progressos para sucesso das iniciativas de melhoria contínua.

Gestão: Entender o processo, identificar através de números os impactos de falhas, elaborar planos de ação e garantir a realização destes, é outro ponto chave para a operação. Ter ferramentas sistêmicas, com fácil acesso e bem estruturadas, facilita a mensuração do processo e traz insumos ao gestor para uma eficiente gestão operacional.

Vender a ideia: Ter o time alinhado com os objetivos da companhia e a importância do trabalho realizado para o cliente final é mais um passo para transformar a operação. Empresas que operam em nível nacional devem adaptar a comunicação à cultura de cada região. É importante abrir os números pertinentes e mostrar o resultado do trabalho que está sendo realizado na ponta. É comum em algumas empresas, CEO’s dirigindo-se ao time operacional a cada fechamento de trimestre, para celebrar os bons resultados e cobrar a melhoria do que está abaixo do esperado.

*Sediada em São Paulo e com atuação em todo país, a Peers desenvolve ou já desenvolveu projetos para empresas como Advent International, Carlyle, BTG, Grupo Boticário, Movida, Axa, TCP, Kroton, Quero-Quero, Allied, Scalina, Ferrero, Aon, Grupo Cataratas e Instituto Sonho Grande entre outras.